O Ministro do Petróleo do Egito, Sherif Ismail, disse na quinta-feira que o governo devolverá o dinheiro devido às empresas de energia estrangeiras até o final de 2014, em uma tentativa de atrair de volta investidores para o país. Sofrendo com uma grave escassez de petróleo num contexto de procura crescente, o governo egípcio teve de enviar cinco cargas de gás natural liquefeito (GNL) da Argélia para satisfazer a procura local.
O governo também disse que devolverá 3 mil milhões de dólares de uma dívida total de 6 mil milhões de dólares a empresas gigantes como a BP e o BG Group, até ao ano 2017, para as preparar para a exploração e produção de petróleo no Egipto.
Estas são boas notícias para estas e outras empresas de investimento e construção em energia que esperam explorar os mercados egípcios.
Os Egípcios deverão preparar-se para mais apagões e noites escuras no futuro, depois de as previsões do início deste ano terem indicado que a procura interna no próximo ano fiscal, com início em 1 de Julho, não seria satisfeita.
O Egipto também verá um aumento de 550 milhões de pés cúbicos por dia na produção de gás natural até ao final de 2014, de acordo com o Ministro. No início deste mês, o Ministro anunciou que a capacidade de produção no Egipto era de 500 milhões de pés cúbicos diários.
Também se espera até ao final de Dezembro deste ano um aumento de 5.2 mil milhões de pés cúbicos (bcf) por dia na produção de petróleo. Segundo o Ministro, a BP iniciará a produção na concessão de Alexandria do Norte em 2017, o que irá adicionar um total de 800 milhões de pés cúbicos por dia em 2018 à capacidade total de petróleo do Egipto. Inicialmente, espera-se que este poço produza até 450 milhões de pés cúbicos por dia em 2017.
Os cálculos da Reuters indicam que o carregamento da Argélia representaria três dias de consumo médio diário no Egipto.
O governo egípcio tem lutado para pagar às empresas energéticas estrangeiras e lançou generosos subsídios estatais que já estão a alimentar a procura crescente. As empresas estrangeiras estão preocupadas em fazer mais investimentos quando ainda não foram pagos e quando o governo está a utilizar a maior parte do gás prometido para exportação para satisfazer a procura local.
As empresas de produção e fábricas que dependem fortemente de energia estão a ser forçadas a encerrar devido aos cortes diários de energia, e o Grupo BG serviu os seus compradores e credores afectados com um “caso de força maior”, além de reduzir as suas previsões de produção.
O Egipto está a enfrentar escassez de produção de petróleo e gás e problemas económicos após a extensa turbulência política e a violência que se seguiu à revolta de 2011 para derrubar Hosni Mubarak.