O Projeto Hidrelétrico Mambilla é uma usina hidrelétrica de 3.05 GW que será desenvolvida no rio Dongo, perto de Baruf, na vila de Kakara, no estado de Taraba, na Nigéria.
O projeto prevê a construção de quatro barragens e duas casas de força subterrâneas com 12 unidades geradoras de turbina no total.
As quatro barragens serão conhecidas como Nya – anteriormente Gembu, Sumsum, Nghu e Api Weir. A Nya e Sumsum serão barragens de concreto compactado com rolo (RCC) de 100m e 35m de altura com comprimentos de crista de 515m e 460m, respectivamente, enquanto a Nghu e a Açude Api serão barragens de enrocamento de 95m de altura com um comprimento de crista de 650m e uma pequena barragem reguladora para elevar o nível da água do rio, nessa ordem.
Em relação às casas de força subterrâneas, cada uma medirá 175mx27mx38m e abrigará seis unidades de turbina Pellton de 250MW operando com queda dinâmica total de 1,007m. O diâmetro dos eixos de transmissão que conectam cada turbina variará entre 5.25m e 8.40m.
O canal de fuga da usina terá 3.1 km de comprimento e 15 m de largura, enquanto seus dois túneis de fuga de 6 km de comprimento terão 8 m de diâmetro cada, e o canal de fuga terá 3 km de comprimento e 25 m de largura.
Com uma capacidade de geração planeada de 3,050 megawatts (4,090,000 HP), espera-se que a Central Hidroeléctrica de Mambilla seja a maior instalação de produção de energia na Nigéria e uma das maiores centrais hidroeléctricas em todo o continente africano.
A energia gerada pela instalação será transmitida à rede nacional por quatro linhas de transmissão de 500kV DC conectando Makrudi e uma linha de transmissão de 330kV DC conectando Jalingo. A extensão total das linhas de transmissão será de 700 quilômetros ou algo próximo.
O Projeto Hidrelétrico Mambilla, avaliado em US$ 5.8 bilhões, é desenvolvido pela Ministério Federal de Energia, Construção e Habitação da Nigéria. O Banco Chinês de Exportação e Importação (Exim) financia 85% do custo total estimado do projecto, enquanto o Governo Federal da Nigéria fornece os restantes 15%.
Cronograma do projeto.
2007
Embora o projecto hidroeléctrico de Mambilla tenha sido originalmente concebido em 1972, só registou progressos significativos 35 anos depois, quando a China Grupo Gezhouba conquistou o contrato para desenvolver o projeto com capacidade instalada de 2,600 MW em 2007.
2010
Em agosto, o levantamento de terreno do projeto foi concluído
2011
A aprovação ambiental foi recebida em dezembro.
2012
A capacidade do projeto foi aumentada dos 2,600 MW iniciais para 3,050 MW.
2016
O projeto recebeu aprovação do governo.
2017
Em agosto, o Ministério Federal Nigeriano de Obras Elétricas e Habitação concedeu o contrato de engenharia, aquisição e construção (EPC) para o projeto a um consórcio formado por Sinohidro Corp., uma empresa estatal chinesa de engenharia e construção hidrelétrica, China Gezhouba Group Co., e China Geo-Engenharia Corp.
Em novembro, houve tentativas de início das obras, porém, devido a diversos constrangimentos, incluindo deslizamentos de terra, e a uma ação judicial movida na Tribunal Internacional de Arbitragem pela Sunrise Power and Transmission Company (SPTCL) Limited, uma empresa nigeriana que perdeu um contrato para implementar o projecto multibilionário, o projecto estagnou novamente.
2020
Em Fevereiro, houve novas tentativas de retomar a construção depois de o governo ter concordado em pagar à Empresa SPTCL 200 milhões de dólares por quebra de contrato, de modo a retirar quaisquer reclamações relacionadas com o projecto.
2021
Em Maio, a SPTCL apresentou outra queixa junto do Câmara de Comércio Internacional em Paris, depois de o governo do país da África Ocidental não ter pago o primeiro conforme acordado, atrasando ainda mais o início do projecto.
Novembro de 2021
A Sunrise Power Transmission Company of Nigeria Ltd (SPTCL) concordou em renunciar à multa de US$ 500 milhões incorrida pelo governo federal devido a múltiplas inadimplências de um acordo de liquidação de US$ 200 milhões sobre o projeto de energia hidrelétrica de Mambilla, no estado de Taraba, e interromper o processo arbitral em França.
