Empresa de resíduos de Kigali pretende expandir-se na África Oriental

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Uma empresa de água sediada em Kigali está a considerar vender o seu modelo de negócio de transformação de resíduos em energia a cidades de toda a África Oriental, numa tentativa de aproveitar a crise de eliminação de lixo da região. Pivot Works Ltda, que gere as suas instalações de demonstração em Kigali, converte resíduos humanos em combustível sólido e depois vende-os a empresas industriais locais como substituto do carvão.

A planta utiliza uma máquina de desidratação para transformar resíduos de banheiro em bolos de lodo, que posteriormente são secos para produzir combustível para uso em caldeiras e fornos industriais.

“Temos vários clientes, incluindo a fabricante de cimento Cimerwa, que são nossos maiores clientes. Existe Utexrwa, mas planejamos obter mais quando instalarmos a fábrica”, disse Ashley Muspratt, fundadora e CEO, acrescentando que “as negociações com o governo ainda estão em andamento”.

Os resíduos na maioria das cidades da região são despejados em aterros, representando perigos para a saúde e o saneamento. A crescente urbanização deixou cidades no Ruanda, no Uganda, no Quénia e na Tanzânia sem formas adequadas de gerir o crescente volume de resíduos.

Kigali, por exemplo, não tem instalações de tratamento de esgotos ou de lamas fecais e os planos para instalar um sistema central de gestão de esgotos estão paralisados ​​devido à falta de financiamento.

Como resultado, a eliminação insegura de resíduos constitui um sério obstáculo aos esforços do governo para fornecer saneamento adequado, seguro e sustentável. No entanto, este é um problema comum em toda a região onde as cidades não possuem sistemas de esgoto adequados.

Um estudo de 2014 publicado no Journal of Water, Sanitation and Hygiene for Development mostrou que o fornecimento de uma cobertura de saneamento adequada, segura e sustentável é um desafio crescente na África Subsariana.

Os pesquisadores disseram que, embora o processamento de lodo fecal para combustível industrial pudesse servir como uma opção segura de coleta e tratamento, ele ainda não foi totalmente explorado.

Especialistas alertam que o lodo, que vai parar nos rios, nas valas ou é tratado de maneira inadequada, pode comprometer a saúde pública e o meio ambiente nas cidades da região.

Estima-se que 2.4 mil milhões de utilizadores de sistemas de saneamento locais geram lamas fecais que não são tratadas.

Com a Pivot buscando comercializar seu modelo de negócios de transformação de resíduos em energia, a Sra. Muspratt disse que esta é uma oportunidade que sua empresa deseja aproveitar.

“Estamos a organizar um evento em pelo menos cinco grandes cidades da África Oriental em Outubro, com o objectivo de apresentar o conceito antes da construção de fábricas nessas cidades”, disse ela.

A Pivot já garantiu uma parceria de dois anos com a Autoridade Municipal de Kigali, que será prorrogada após demonstração bem-sucedida da tecnologia de extração e produção de combustível.