Os governos de Angola e da Namíbia assinaram acordos bilaterais para a construção de uma barragem hidroeléctrica transfronteiriça de Baynes. Ministro da Energia de Angola e Águas João Baptista Borges fez o anúncio e disse que o acordo permitirá o lançamento de um concurso público para a selecção de uma construtora para o projecto, de acordo com o calendário proposto.
“Se cumprirmos o calendário do acordo, podemos cumprir os prazos, porque há um grande interesse neste projecto binacional”, afirmou o ministro João Baptista Borges.
Barragem hidrelétrica de Baynes
A construção da barragem hidroeléctrica de Baynes enquadra-se na Visão Energia 2025 de Angola, que se centra na criação de maior capacidade e capacidade de distribuição, apoiada por novas energias renováveis e pelo investimento do sector privado em novos projectos de geração de energia. A barragem hidroeléctrica planeada ficará localizada no rio Cunene, na fronteira entre Angola e Namíbia.
A construção está programada para começar em 2021 e com data de conclusão prevista para 2025. Está estimado em US$ 1.2 bilhão; estudos de viabilidade do projeto já foram realizados. Segundo o acordo, dos 600 MW a serem produzidos pela central, 300 MW serão direcionados para Angola e Namíbia, respetivamente.
A Namíbia tem um enorme potencial para a produção de energia solar. O país é o mais seco do continente africano, com 300 dias de sol por ano. O país pretende que 70% da sua capacidade eléctrica instalada venha de fontes renováveis até 2030. Angola, por outro lado, tem apenas 14 MW de capacidade de produção de energia limpa não hidroeléctrica, toda ela fora da rede. O plano nacional de energias renováveis visa 800 MW de capacidade, incluindo energia eólica e biomassa.