A China inicia a construção da ferrovia do Saara de 575 km.

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A Corporação de Construção Ferroviária da China (CRCC) embarcou num ambicioso esforço para construir uma ferrovia do Saara de 575 km, abrangendo a vasta extensão do deserto do Saara, ligando a mina de minério de ferro argelina em Gara Djebilet à rede ferroviária marroquina, conforme divulgado pelo South China Morning Post. Este projeto significativo envolve a parceria do CRCC com a Cosider Travaux Publics, uma organização governamental de engenharia civil para atingir os objetivos da iniciativa.

 

Localização

A ferrovia inicia sua jornada na mina Gara Djebilet. Estende-se até a Zona Industrial Dumiat, na região de Béchar, perto da fronteira. Foi concebida para ser uma rota de transporte com 40 estações colocadas para melhorar a rede geral de transportes da província. Gara Djebilet, em operação desde julho de 2022, é conhecida por abrigar uma das jazidas mundiais de minério de alta qualidade. As estimativas iniciais sugerem uma produção de cerca de 3 milhões de toneladas, prevendo-se um aumento, para 50 milhões de toneladas.

 

Data de conclusão

Além da conclusão dos 575 km da ferrovia do Saara em 2026, a China assumiu o compromisso de realizar atividades de extração de minério e construir as instalações necessárias para processos de pesquisa, enriquecimento e desfosforização. Atualmente, a aquisição de minério da China depende fortemente de importações provenientes principalmente da Austrália (79% ) e do Brasil (19%), uma necessidade alimentada pelo estatuto do país como principal produtor, comandando uma impressionante quota de 52% da produção mundial de aço, totalizando cerca de mil milhões de toneladas. entre Pequim e Camberra, o início deste projecto ferroviário serve como uma manobra estratégica destinada a mitigar os riscos geopolíticos inerentes associados à dependência excessiva das importações de minério de países seleccionados.

O governo argelino pretende utilizar os seus recursos minerais para expandir a sua economia e diminuir a dependência dos sectores do petróleo e do gás. Atualmente essas indústrias representam 19% do PIB do país. Gera 93% das suas receitas de exportação. Através do desenvolvimento e da exploração da sua riqueza mineral, a Argélia procura fortalecer a sua resiliência económica e promover o crescimento e o desenvolvimento sustentáveis.

 

 

O South China Morning Post destaca o histórico comprovado e a experiência da CRCC em operar nos terrenos difíceis e implacáveis ​​do deserto do Saara, evidenciados pelo seu envolvimento anterior na construção de segmentos da extensa rodovia Leste-Oeste de 1,216 quilômetros da Argélia. Este empreendimento serve para cimentar ainda mais a relação duradoura e multifacetada entre a China e a Argélia, enraizada numa história partilhada que remonta à árdua luta da Argélia pela independência contra o domínio colonial francês nas décadas de 1950 e 1960.

 

Impacto Econômico

Num testemunho dos laços crescentes entre as duas nações, o ano anterior testemunhou a assinatura de 19 acordos de cooperação bilateral no valor de espantosos 36 mil milhões de dólares, abrangendo diversos sectores que vão desde o desenvolvimento de infra-estruturas até às telecomunicações, com uma ênfase significativa na construção de aproximadamente 6,000 quilómetros de redes ferroviárias. O início deste projecto ferroviário não destaca as impressionantes capacidades de engenharia da CRCC, mas também demonstra a firme dedicação da China em melhorar a colaboração económica e promover a prosperidade partilhada, com os seus parceiros argelinos.

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