Quénia iniciará construção da segunda maior barragem de África

As obras de construção da barragem High Grand Falls, de US$ 2 bilhões, no Quênia, a segunda maior barragem da África, estão programadas para começar após uma disputa de aquisição resolvida que ameaçou atrasar o projeto.

De acordo com o secretário principal de irrigação, Fred Segor, o Conselho de Revisão de Compras Públicas (PPRB) — a agência estatal que lida com disputas decorrentes de licitações governamentais — manteve uma decisão anterior de que a empresa britânica que ganhou o contrato multibilionário teria permissão para realizar o projeto.

A disputa sobre o concurso número NIB/T/018/2016-2017 surgiu em 29 de maio, quando o NIB cancelou o concurso depois de se ter verificado que apenas o Consórcio GBM tinha cumprido as condições preliminares estabelecidas no pedido de propostas, incluindo uma visita obrigatória ao local.

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Barragem de High Grand Falls

Construção da represa High Grand Falls, que também é um dos maiores empreendimentos do governo depois do projeto da ferrovia de bitola padrão e está entre os projetos legados do presidente Uhuru Kenyatta, concebidos em 2009 durante o regime do ex-presidente Mwai Kibaki como parte de um esforço ambicioso construir 1,000 reservatórios de água em todo o país, numa tentativa de revolucionar a agricultura baseada na irrigação.

A barragem deverá produzir 700 MW de energia hidrelétrica e facilitar a irrigação em mais de 250,000 hectares de terras nos condados dos rios Kitui, Garissa e Tana. Também faz parte dos projetos do Porto de Lamu e do Corredor de Transporte do Sul do Sudão-Etiópia (Lapsset) de Sh1.5 trilhões e será construído a jusante das barragens de Seven Folks ao longo do rio Tana.

“O benefício para a região é enorme. Porque primeiro, vai formar um grande lago artificial, onde será fácil introduzir atividades de pesca e turismo nas comunidades ao seu redor”, disse o Prof Fred Segor.

Inundações perenes

Fred acrescentou ainda que a barragem também irá resolver as inundações perenes na região da costa do Quénia, ao mesmo tempo que servirá 1.5 milhões de pessoas que vivem a jusante. A barragem terá capacidade para mais de 5.6 bilhões de metros cúbicos de água e a construção deverá levar seis anos.

Os planos para a implementação do projecto começarão a sério depois de o Tesouro concordar com o empreiteiro sobre os prazos de implementação do projecto. A decisão também abre caminho para a próxima fase de aquisição de terras onde as pessoas afectadas serão realocadas.